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Notas de cálculo


22/08

Tristan ouvia o Senhor da lógica numa segunda feira de manhã. Tristan achava também que era tudo lindo, das asas das borboletas coloridas até as leptocúrticas que eram curvas relacionadas ao estudo da estatística... Tristan odeia o racionalismo puro...
“Isso aqui não dá nada!” Dizia o Sr. da lógica. O infinito! Ai o infinito! E era tudo uma idéia, era toda uma idéia! Eu imaginei milhares de formas de falar filosoficamente sobre o infinito mas o comedor de lógica falou “é só uma idéia”

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E era aquela velha histórinha que ele me dizia... "Você sempre acha que tem razão..." - Se eu acho que tenho razão talvez seja porque eu tenho razão. - Ou não, talvez Tristan, você seja um louco cabeça dura. E ai? Vamos lá ver o pessoal fazer um som? - Não. -Por que? - To fora dessa. Acho que quero ficar sozinho. Preciso muito de mim. - Olha lá hein... não vai ficar se acabando na punheta. - Acho que não. Eu fiquei um tempo no sofá depois que o Joca saiu. Eu me dividi em mil eus, até me achar em cada pedaço. E era assim toda vez que eu achava que estava só. Ia me procurar, e me achava, e cada pedaço era um outro eu e era tão eu como nunca. Alguns meus pedaços eram brilhantes pedaços de espelho no chão. O espelho quebrado a duas semanas ainda estava no chão e eu restolhado nele. O que você pensa quando tem que se libertar? Não pensa, senão não é livre... o pensamento é uma prisão terrível, se pensa não faz, se fizer não pense. E o que se faz quando quer esquecer? Não pensa? Es...

Notas de Cálculo

19/08/06 E Tristan estava bem ali, 19 anos, saudável e antes daquilo feliz, antes da lógica canibal. - É função ou não é função?! Berrava o senhor da lógica canibal. Um subconjunto dos números reais... e eu nem pensei na lógica daquilo. Assim todo elemento de A tem um único correspondente em B e o término dessa frase era a conclusão de uma definição que provava que aquele bando de desenhos no quadro negro era uma função. A minha volta havia os comedores de lógica. A lógica canibal que comia a própria lógica. Era quase perfeito embora fosse perfeito. Os comedores de lógica achavam bochechas atraentes, gostavam de cálculo, odiavam o descobrir da lógica, odiavam o além da lógica. A definição... ela era importante. Derivada, função, aquelas caras de “é lógico”, e ali estava o senhor paranóico. Eu estava do lado da Alice, ela partilhava do mesmo sentimento que eu com relação aquilo tudo: o mal necessário. Realmente nós não achávamos aquilo tudo excitante. - O que é o infinito? ...

Nota sobre a maçã no incêndio

Girava na sua dança alucinada. Ela não fazia ideia, não sabia. Não estava ali. Havia um corpo com a alma tão livre que não coube. Estava fora da linha, das linhas, das regras. A boca mexia atirando ideias incompletas e confusas. Não media nem filtrava. Os passos eram desfigurados pela inconstância. Tanto lhe acompanhara a leveza e agora tudo pesava. Sumira de súbito. Estava confortável no escuro. Sentia as pernas tremerem. Espasmos tomavam-lhe o corpo. O dorso levantava suavemente e de repente contraía-se. Aquele calor... úmido. Fogo, cinzas... Cinza. A noite morria. Dia claro agredindo os olhos negros. Sem limites... Sem leme, sem rumo, barco a deriva. Tempestade. Umas chamas descontroladas ainda dominavam aqui e ali... Ela encarava o espelho... ainda sem saber quem é que estava encarando. Marcas de pequenos incêndios, cinzas de revoada... descompensada.