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Mostrando postagens de fevereiro, 2007

O que dizem os campos elétricos

Pela manhã ouvi o que disseram os campos elétricos ao meu redor... Saltei ruas e não entendi o concreto apaguei pontos e pingos... rasurei desmensuravelmente as constituições... leis voaram pelo espaço e ficamos à merce das asas da justiça Comi papéis e suas letras nada mais constataram virei mesas de cabeça para baixo e já não eram mais mesas... eram pernas presas... Não! E eu direi não! Direi não milhões de vezes a essa hipocrisia que faz bico e não conhece a vida! Digo não a cultura burguesa que compra títulos e não conteúdos! Digo não a moral com suas constituições, leis, letras e mesas! Digo não aos que não experimentam as ruas frias e os corações bêbados E aos que se julgam superiores... Apenas digo: Pela manhã ouvi o que disseram os campos elétricos ao meu redor... " O normal é o desarranjo. "

Nem Um Segundo Mais Feliz

Às vezes, quando estou por aí, fico pensando... caminho bastante. Andando e pensando. Andando e cagando pensamentos inúteis e apavorados, como eu. Andando e cagando milhões de pensamentos pela rua. Quando eu estou muito livre eu fico feliz. E quando eu estou muito à vontade e feliz... meus pensamentos se derretem e ficam por aí avoados e doidos, descompassados e lentos, como eu, confuso. “Quando fico cheio de felicidade me sinto vazio e entediado”. A solidão é um ente muito agradável na minha opinião. Não é comparável com minhas sempre boas companhias porque é uma descompanhia. E é quando ando invisível por aí que percebo o que dizem as correntes elétricas que passam pelos postes... é quando ando invisível por aí que percebo o quão necessário é se fazer invisível pra ver... Eu desejaria algo estraçalhador agora, ou uma cerveja e um cigarro. Mas nem um segundo mais feliz.

Boa Vizinhança

Saí comprar uma cerveja e cigarros. Comprei cerveja, cigarros e biscoitos de aveia e mel. Era tudo que meu dinheiro poderia me proporcionar aquele dia. Entrei em casa tirei os sapatos e a camisa. Acendi o cigarro e abri a cerveja. Liguei o som. Toc toc. Abri a porta, era a vizinha. - Olá! Você é o Tristan? - Sou? - É? - É. Sou. - Você poderia abaixar o som? - Claro. Em seguida pus o som no chão. - Satisfeita? - Acho que você entendeu o que eu quis dizer. - Olha, eu não quero parecer hostil, mas diminuir o volume é uma coisa, baixar o som é outra. - Você não parece hostil, só cínico. Por favor, se você pudesse diminuir o volume. - Não posso. - Porque não? - Por que é Beethoven. O CD tinha várias músicas, terminou Beethoven e começou Ten Years After... - Agora suponho que você possa abaixar o som... - Tão pouco. Porque você está insistindo? Se eu tivesse mais uma cerveja lhe convidaria pra ouvir comigo, mas se você quiser dividir essa cerveja e ouvir comigo seria um prazer. - Eu não bebo