Fazia frio. Meus dedos congelados queriam, junto com meu doido cérebro, que eu fosse até o posto comprar cigarro, talvez eu me adiante na história e vá e volte para contar desse frio que me deixa aflito, mas independente disso, curioso eu fui me buscar. Tremendo como um cão perdido na rua olhei para os lados e nem um bastãozinho...vício desgraçado. E o que seria de nós sem vícios? Bem, vocês eu não sei, mas eu... A humanidade fica criando essas coisas pra gente ficar se entretendo e depois vira escravo. Eu não sabia exatamente o que era, vontade de fumar ou de sair. Ou de ficar. Ou arrastar os móveis. Quem sabe ler um livro. Desgraça de espírito inquieto, coisa mais sem paz eu sou. Deus do céu!!! Ajuda-me a fugir de mim, se eu me pego o estrago vai ser grande. Ninguém ligou e eu fiquei, naquele frio mórbido, sabendo que mais cedo ou mais tarde teria que sair, e fumar, e beber, e mais algo fora do meu discernimento. Tinha tudo pra mim, menos paz, e onde vive essa louca dessa paz que eu não encontro nem nos olhos de ninguém, nem dentro nem fora de mim? Mas acho que é porque vivo em guerra. Eu e essa minha cabeça avoada e cheia de merda. Pensando sem parar pra pensar, peidando pensamentos fétidos e inférteis num blog qualquer por aí. Puta merda, e cada vez fico mais pessoal porque nem fugir eu posso. E a tal da paz? Ainda tento procurar uma idéia que dê paz, uma música, um livro, um cigarro, um vício, ou não seria a paz uma idéia...
Hoje, acordei mais confuso do que nunca, fui bem cedo fazer o que precisava fazer, o frio me deu dor de cabeça, a tarde foi inútil, paguei uma conta e voltei pra casa, fazia frio, eu dormi, acordei confuso ainda. Tenho a vil ilusão de que o sono cura. Mentira porca minha, cura quem tem como ser curardo. Mas e a porcaria da dor universal? E a confusão que me acorda e me enlaça todas as manhãs? E a porra da guerra dentro de mim? Tem cura? Tem um remédio? Os melhores psiquiatras diriam que sim. Eles também são seres humanos em guerra, só não admitem não ter controle. Pra que controle? Vou comprar o cigarro. Deus do céu, eu só precisava sair...
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