Eram memórias muito claras... eu o sentia no piano. Aquela sala vazia, a Balade No. 1 de Chopin. Eu estava na janela olhando pra rua. A fumaça ia se misturando. Cada nota, cada tecla. Ele tocava sempre como se fosse a primeira e a última vez. Olhava e não podia chegar perto. Um sonho em que não se pode tocar nada. Sente-se. Vez em quanto eu olhava. As costas e a mão indo e vindo em um bocado de oitavas. Correndo em um bocado de oitavas. E de repente alegre. De repente triste, violento, calmo e às vezes nada. O que podia não ser, o que podia ter sido. Os velhos e confusos pensamentos e eu sem poder chegar perto, a música cada vez mais rápida, cheia de uma expressão rompante e magnífica. Cada tecla. Eu acordava sem pensar no que era vivo mas na vida que tinha. No sentimento que tinha. Natural. Sentir é natural. Sentir tão longe. Tanto tempo. O tempo nem é tempo. Eu mentia o tempo pra poder chegar mais perto. O sonho ia se desfazendo com o tempo, a fumaça, e uma coisa sem nenhuma dor,...
Neste encontram-se breves histórias, algumas sobre Tristan, um personagem assim... e também outras histórias... quem tiver o interesse, divirta-se, deleite-se.